O poço de Thor pode ser comparado à porta para outro mundo. Pode não ser realmente o “Bilröst” ou a ponte do arco-íris para chegar a Asgard , o reino dos deuses na mitologia nórdica. É algo mais selvagem, primitivo e enigmático. Para se cercar desse cenário sutil, você deve ir até a costa do Parque Nacional de Siuslaw, até uma pequena cidade chamada Yachats, no Cabo Perpétua, um penhasco que se eleva a 240 metros acima do nível do mar, e de cujo topo os viajantes desfrutam de 110 quilômetros de paisagens deslumbrantes conhecidas por seu impulso natural.
Toda a geografia da região é incrível, mas o ponto que mais recebe visitas é o poço de Thor. Se você tiver a oportunidade de passar um pôr do sol nesta área, terá a sensação clara de ter alcançado outra dimensão. O horizonte tinge-se de sugestivos tons de carmesim, o mar adquire tons de chumbo e, de repente, ouve-se um estranho rugido. Também conhecido como o “sumidouro aberto”, o “tubo de drenagem do Pacífico”, “a porta para o fundo do oceano” e até mesmo a “porta para o inferno”, esse recanto magnético da natureza deixa qualquer um sem fôlego.
Para chegar ao portão do fundo do mar, o turista deve seguir pela Captain Cook Trailhead, que começa no National Park Visitor Center. É também um lugar que não pode faltar na lista de desejos de qualquer fotógrafo em busca de emoção e se for no inverno consegue tirar as melhores imagens desse poço no Oceano Pacífico criado pela natureza. Se a maré está alta e as ondas são fortes, é quando o espetáculo adquire maior relevância e esplendor.
O que é o Poço de Thor?
O Poço de Thor é um buraco profundo e esculpido em forma de tigela que fica em um promontório de pedra um pouco afastado do mar. Segundo os vizinhos, é no inverno e durante as tempestades que esse ponto se torna quase sobrenatural: as ondas atingem sua maior força e então o poço de Thor se torna um poderoso sugador de ondas.
Quem mora ou já estudou a área conta que há cerca de seis mil anos toda essa região natural, que se estende por cerca de mil hectares, era habitada por indígenas que se alimentavam de crustáceos e peixes do litoral. Sobre o Poço de Thor, diz-se que começou como uma espécie de caverna marinha que foi escavada pelas próprias ondas antes que o telhado desabasse e criasse as aberturas na parte inferior e superior. O que mais chama a atenção do local é como a água parece ser sugada e depois cuspida pela própria natureza, num espetáculo majestoso.
Por que esse movimento da água ocorre?
O fenômeno do movimento da água no poço de Thor é explicado a partir do encontro de três correntes do Pacífico que se juntam e se chocam, e depois desaparecem no nada, literalmente “engolidas” pela porta do mar. Mas tome cuidado, porque se você esperar mais alguns segundos verá a segunda parte do show, que ocorre quando o mar força aquelas ondas sugadas a escoarem novamente, e então, o poço, num impulso de força corajosa, de repente cospe para fora toda a água engolida, devolvendo-a.
Thor’s Well torna-se assim um gêiser marinho de grande beleza que vale a pena ver pessoalmente mas, sim, cuidando da sua própria segurança. Por isso, Cabo Perpétua tem um Centro de Visitantes para ver esse cenário com tranquilidade, evitando ser tragicamente sugado. Porque você nunca sabe se Thor’s Well nos devolveria como aquelas ondas ou talvez nos levaria para outra dimensão. Mas mesmo assim, são muitos os fotógrafos amantes do risco que se aventuram a chegar o mais próximo possível desse abismo natural, na esperança de capturar o momento mais bonito, o mais incrível e espetacular.
Outro dos elementos que mais atrai a atenção dos curiosos em torno deste local magnético é para onde vai toda a água que cai no poço. Uma das teorias existentes a este respeito defende que existe toda uma rede de túneis cavernosos que levam a água para outra parte, ou simplesmente a expulsam para o oceano. Se você se atrever a visitar este lugar magnético, o melhor é chegar antes da maré subir. Desta forma, você poderá apreciar o poço de Thor completamente vazio e acompanhar o processo em que ele se enche de água à medida que a maré sobe. Uma experiência de aventura para recordar!
